Planejamento estratégico sem processos? É como fazer gol contra!

A verdade é simples: das estratégias nascem os processos, que, organizados em sequência, formam o que chamamos de cadeia de valor. É aqui que a mágica acontece! Ter uma estratégia bem desenhada é essencial, mas sem processos claros e bem gerenciados, ela pode ficar só no papel.

Neste momento entra a gestão de processos. Ela é o “como” que transforma o "o quê” e “porque“ da estratégia em realidade.

Cadeia de valor é a espinha dorsal de uma organização

Segundo Porter, a cadeia de valor é um modelo que descreve as atividades realizadas por uma empresa para criar valor para seus clientes. Essas atividades são divididas em duas categorias principais: atividades primárias e suporte.

Introduzida por Michael Porter, essa estrutura mapeia desde o desenvolvimento de um produto ou serviço até a entrega final, envolvendo operações, marketing, logística e suporte. Cada etapa tem o potencial de agregar valor ou gerar desperdícios. E, no contexto do planejamento estratégico, entender essa cadeia é fundamental para garantir que as iniciativas traçadas realmente caminhem em direção aos objetivos da empresa.

O segredo por trás da eficiência estratégica

Quando se fala em executar iniciativas estratégicas com eficiência, a cadeia de valor se torna uma aliada indispensável. É ela que traduz os grandes planos em ações práticas e tangíveis, permitindo que cada engrenagem da organização funcione de forma alinhada. Sem um fluxo de processos bem estruturado, até as melhores estratégias podem se perder em meio a ruídos operacionais, atrasos e retrabalhos. Empresas que integram a gestão de processos ao planejamento estratégico conseguem otimizar seus recursos, reduzir custos e, o mais importante, garantir que cada iniciativa realmente contribua para o resultado final.

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Como alinhar processos aos objetivos estratégicos?

O primeiro passo é identificar, dentro da cadeia de valor, quais são os processos essenciais da organização e entender como cada um deles contribui para a estratégia maior. Em seguida, é necessário:

• Realizar uma análise de riscos dos processos;

• Priorizar iniciativas junto às lideranças;

• Definir indicadores de desempenho (KPIs) em parceria com os gestores;

• Aplicar ferramentas de melhoria contínua, como Lean, Six Sigma, o ciclo PDCA ou BPM.
  

Por fim, manter uma comunicação clara entre as equipes é essencial, garantindo que todos compreendam o impacto de seu trabalho nos objetivos estratégicos. A execução eficaz nasce do alinhamento entre processos, pessoas e metas.

Conectando processos às iniciativas estratégicas
Agora o desafio está em vincular diretamente as melhorias de processos às iniciativas estratégicas. Isso significa promover melhorias nos fluxos de trabalho que têm maior impacto nos objetivos da organização e trabalhar para aprimorá-los. O segredo está em mapear processos críticos, eliminar gargalos e buscar eficiência contínua. Afinal, não adianta ter um plano brilhante se a execução não estiver alinhada às necessidades reais da empresa.

Contribuindo com experiência
A cadeia de valor precisa ser reavaliada e reorganizada a cada período de troca de estratégia. Os objetivos de hoje podem não ser os mesmos do próximo ciclo e, seguindo essa lógica, os processos também podem mudar. Talvez seja necessário eliminar processos ou acrescentar novos (desenvolvê-los). A cada projeto finalizado, um novo processo nasce.

Devido à natureza dinâmica do varejo, isso é muito comum. Em um projeto de implementação de governança em que atuei, realizamos uma reestruturação completa da cadeia de valor, alinhando-a às novas diretrizes estratégicas.

Aqui vai um fato: empresas que alinham seus processos às iniciativas estratégicas têm
até 70% mais chances de alcançar seus objetivos (fonte: McKinsey, 2022). Isso acontece porque a cadeia de valor ajuda a identificar quais processos precisam ser ajustados, automatizados ou até eliminados para que a estratégia funcione.

O case: A empresa decidiu expandir para novos mercados (estratégia) e se tornar omnichannel. Com a reestruturação da cadeia de valor, foi possível identificar que não existia um processo de venda digital e que todos os processos, como os de logística, produção e atendimento ao cliente, deveriam ser adaptados para suportar essa mudança. Sem isso, os riscos de não atingir esse objetivo eram enormes.

Resultados além do esperado

Quando a gestão de processos foi integrada ao planejamento estratégico, os resultados foram tangíveis:

• Aumento na eficiência operacional;

• Redução de custos;

• Melhoria entrega de produtos;

• Melhoria na jornada do cliente;

• Melhoria na reputação e no atendimento ao cliente.

O alinhamento total entre o que foi planejado e o que foi executado, possibilitou que a organização pudesse responder de forma ágil, capaz de se adaptar às mudanças do mercado e, claro, alcançar seus objetivos de forma consistente.

Conclusão

O planejamento estratégico e a gestão de processos são interdependentes. Falar em objetivos estratégicos, como eficiência operacional, agilidade ou aumento de market share, sem considerar a gestão de processos, é negligenciar a base da execução.

Organizações que investem em processos alinhados à estratégia ganham eficiência, agilidade e aumentam a satisfação de clientes, colaboradores e stakeholders. O verdadeiro diferencial competitivo está em transformar planos em resultados concretos.