Governança Parte I: Governança corporativa, o motor que impulsiona empresas
Por que algumas empresas alcançam o sucesso e outras desaparecem do mercado? A resposta está na Governança Corporativa. Sim, aquele termo que às vezes parece complicado, mas que, na verdade, é a chave para construir um negócio sólido e duradouro.
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Um pouco de história
A governança corporativa surgiu como resposta a crises financeiras e fraudes em grandes empresas, principalmente no mercado de capitais. No Brasil, ganhou força na década de 1990 com a abertura de mercado, as privatizações e a estabilização econômica. A criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em 1999, foi um marco importante para a governança corporativa, que visa garantir transparência, responsabilidade e equidade na gestão das empresas, protegendo os interesses dos stakeholders.
Governança Corporativa é um conjunto de práticas, processos e normas que regulam e estabelecem as diretrizes das empresas, tendo em vista a forma como são administradas e controladas. Ela deve partir de uma gestão estratégica bem estruturada, que define os objetivos de longo prazo e conecta as ações da governança com a visão e os valores da organização. É como um manual de instruções para garantir que todos estejam trabalhando em direção a um mesmo objetivo: o sucesso da organização.
Representação: Diretrizes organizacionais
Principais componentes da Governança Corporativa
Estão inclusos:
Conselho de Administração: Define as diretrizes estratégicas e supervisiona a gestão;
Comitês de Auditoria e Conformidade: Monitoram a integridade financeira;
Práticas como transparência, responsabilidade e equidade.
Por que a Governança Corporativa é tão importante?
A Governança Corporativa pode parecer complexa à primeira vista, mas é essencial para empresas que buscam um crescimento sustentável. Compreender seus componentes é fundamental para perceber os benefícios que ela pode proporcionar:
Transparência: Todos sabem o que está acontecendo na empresa.
Responsabilidade: Cada um é responsável por suas ações.
Confiabilidade: Investidores e clientes podem confiar na empresa.
Sustentabilidade: A empresa está preparada para enfrentar os desafios do futuro.
O papel do Conselho
O Conselho de Administração, junto com comitês especializados, garante o alinhamento estratégico e promove áreas chave como gestão de riscos, pessoas, processos e projetos. Essas ações asseguram integridade financeira, eficiência operacional e transparência na comunicação com os stakeholders.
Principais responsabilidades das áreas que apoiam a Governança Corporativa
Comitês de Auditoria e Conformidade: Monitoram a integridade financeira e asseguram a aderência às normas internas e externas. O compliance, como parte essencial da governança, garante que a empresa esteja em conformidade com leis, regulamentos e padrões éticos.
Gestão de Riscos: Identifica, avalia e mitiga riscos que possam afetar a empresa.
Gestão de Pessoas: Assegura que a empresa tenha os talentos necessários e promove uma cultura de responsabilidade e transparência.
Gestão de Processos: Otimiza os processos internos para garantir eficiência e conformidade com as diretrizes estabelecidas.
Gestão de Projetos: Implementa e monitora projetos estratégicos alinhados aos objetivos da empresa.
Comunicação Corporativa: Garante transparência e clareza na divulgação de informações relevantes para todos os stakeholders.
Essas áreas trabalham em conjunto para garantir que a governança corporativa seja eficaz e contribua para o sucesso e a sustentabilidade da empresa.
Soluções e benefícios
Investir em Governança Corporativa é investir no futuro da organização. Os benefícios são inúmeros, dentre eles:
Aumento da valorização da empresa: Empresas bem governadas tendem a ter um valor de mercado maior.
Atração de investimentos: Investidores buscam empresas com boas práticas de governança, como exemplo o ESG.
Melhoria da reputação: Uma empresa bem governada é vista como um exemplo positivo para a sociedade.
Redução de riscos: A Governança Corporativa ajuda a prevenir crises e a mitigar riscos.
Compartilhando experiência
Nos últimos anos, atuando em projetos e processos, tive a oportunidade de trabalhar em organizações de modelo familiar, em transição e corporativa. O que pude perceber em cada uma delas é a forma como a mudança de gestão é conduzida, muitas vezes de maneira impositiva, o que dificulta ainda mais o processo.
Modelo Familiar: Embora funcional em um primeiro momento, enfrenta desafios como a falta de visão para novos mercados e os conflitos de interesse.
Companhias em Transição: A transição para um modelo corporativo exige maturidade e compromisso da alta gestão. Os desafios comuns incluem gestão da mudança, adaptação cultural e equilíbrio entre o antigo e o novo.
Empresas com Governança Corporativa: Manter a governança funcional é um dos grandes desafios, pois é necessário preservar os pilares de transparência e conformidade, reter talentos e adaptar-se às novas tecnologias.
Conclusão
A Governança Corporativa é o alicerce que orienta as operações organizacionais, sendo crucial para a sustentabilidade e o sucesso empresarial. Sua implementação exige maturidade nos processos internos e uma gestão eficiente da mudança, conectando pessoas, projetos e processos. Com a governança corporativa como base, os desafios culturais podem ser transformados em oportunidades estratégicas, impulsionando a evolução do negócio.
Adotar a Governança Corporativa é mais do que seguir boas práticas: é construir um legado de inovação, transparência e sucesso.
Sua empresa está em transição?
Créditos as imagens: Google e Voitto
Referências:
"Governança Corporativa: Princípios e Práticas" de Robert A. G. Monks e Nell Minow.
"Governança Corporativa e Estratégia Empresarial" de Michael A. Hitt, R. Duane Ireland e Robert E. Hoskisson.
"Governança Corporativa: Uma Abordagem Estratégica" de Synchro.

